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O espetáculo Mud’Arte foi o evento do encerramento das comemorações do 40º aniversário da Cerciespinho e decorreu no Casino de Espinho, no dia 3 de Dezembro – Dia internacional da Pessoa com deficiência.

O término das comemorações materializou-se num espetáculo inclusivo, numa data com elevado simbolismo e foi concretizado através de um modelo pedagógico e envolvente de todos os participantes e do próprio público.

A visão na base do evento foi a parceria entre os vários grupos artísticos da Cerciespinho e entidades concelhias especializadas em cada área artística. Assim, foi criada uma sinergia entre o Grupo de Dança “Sorrisos” e a Escola de Bailado Adriana Domingues, entre o Grupo de Bombos e a turma do 10º ano da Escola Profissional de Música de Espinho, entre o Rancho “Alegria” e o Rancho Semente e entre o grupo de teatro “Sobreviventes do riso” e o TPE – Teatro Popular de Espinho.

A encenação deste evento incluiu atuações dos grupos envolvidos antecedidas de pequenos filmes, num formato de documentário, sobre o processo criativo e a experiência dos participantes, especificamente que retratavam a aprendizagem e significado de interação entre pessoas com deficiência e em situação de exclusão social e artistas experientes, na preparação de um evento artístico.

O Mud’Arte cumpriu o seu propósito permitindo a todos os envolvidos – 79 artistas e 300 pessoas que assistiram – uma experiência integral e emocional, que resultou no enriquecimento de todos os envolvidos. O Grupo de dança “Sorrisos” apresentou a dança “Voa borboleta”, simbólico da coragem e luta da lagarta para libertar a borboleta que, com a sua fragilidade e bravura, voa para a liberdade e para a alegria de viver. A dança “despertar” executada pelas alunas da Escola de bailado Adriana Domingues é figurativa da sensibilização para a inclusão social das pessoas com deficiência. Ambas traduzem a natureza sensível, competente e solidária da professora Adriana Domingues que concebeu e ensaiou os dois grupos de bailarinas e bailarinos.

O grupo de Bombos e os alunos da turma do 10º ano da Escola Profissional de Música de Espinho (EPME) apresentaram a composição “Ukarimo Moyo” que significa “coração generoso” Esta composição permitiu transformar dificuldades e incapacidades em grandeza e excelência, patentes no reconhecimento do valor dos artistas, com e sem deficiência, e na dignidade, beleza, mérito e intensidade da atuação conjunta dos clientes da Cerciespinho e alunos da EPME. A peça revela a criatividade e sensibilidade dos professores Rui Rodrigues e Joaquim Alves que conceberam e prepararam a atuação, que encerrou a primeira parte do espetáculo.

A segunda parte iniciou-se com a atuação conjunta do Rancho Alegria e do Rancho Semente que apresentaram a “Carrasquinha”, a “Ilda”, “Nós vamos avante” e a “Perdiz”, sendo que esta última dança foi uma estreia bem como para os nossos clientes atuarem com a tocata. Assim, coro, músicos e os dançarinos tiveram que fazer uma aprendizagem mútua quer em função das caraterísticas quer em função do contexto da atuação. O espetáculo encerrou com a apresentação da peça “Como fazer voar uma passarola”, elaborada por Jorge Mendonça e adaptada às crianças e jovens do Centro Comunitário do Bairro da Ponte de Anta, que integram a atividade de teatro. A peça aludia à capacidade de transformarmos a realidade, demonstrando que o impossível só é improvável em determinado momento mas através da partilha e da cooperação, do amor e da diversão pode tornar-se realidade.

É esta a história da Cerciespinho e do movimento CERCI em Portugal, tornando possível o improvável, aprendendo com os outros, garantindo que fragilidade se transforma em liberdade e alegria de viver e que as limitações, com dedicação, empenho e paixão podem ser transformadas em grandeza.

O espetáculo e os seus participantes, com e sem deficiência, cidadãos Portugueses, demonstraram que a arte e a emoção que colocamos nos projetos, permitem transformar o mundo!

 

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