Cooperar é Futuro
A experiência da pandemia trouxe-nos uma evidente necessidade de reflexão sobre as nossas sociedades e sobre o valor da vida. Tornou-se intuitivo que todas as vidas são importantes e que algumas são mais frágeis e requerem mais proteção e mais apoio.
A dinâmica de reação à situação pandémica e agora os múltiplos contextos de guerras (também comerciais e económicas) criou uma maior consciencialização da necessidade de sociedades mais justas, inclusivas e centradas em valores essenciais – vida, saúde, emprego, proteção social, participação. Hoje os múltiplos conflitos, associadas à sobrevivência física, económica e social, decorrem num contexto de outra emergência – climática e ambiental. E nestes contextos coloca-se com muita centralidade a questão da sobrevivência – de pessoas, de modelos económicos, da espécie.
A lógica disseminada da sobrevivência do mais forte, muito resultante da informação científica sobre a evolução das espécies, também é a sobrevivência dos mais adaptados. E aqui complicam-se as regras: se vivemos num ambiente com muitos recursos, sobrevive o mais forte e mais adaptado; se vivemos num contexto de poucos recursos a regra passa a ser a da cooperação – plantas e animais que cooperam asseguram a continuidade de todos. Considerando as duas ameaças parece que ainda estamos num contexto de existência de recursos, manifesto na desigualdade do impacto da guerra e das alterações climáticas nos diferentes países e pessoas. A capacidade de prevenir e conter as consequências da guerra e das alterações económicas é brutalmente diferente em comunidades e pessoas excluídas assim como em países menos desenvolvidos.
Mas a regra da cooperação, como a forma de garantir a sobrevivência, deverá ser a prevalente, considerando a combinação de fatores de emergência e as suas consequências.
As cooperativas estão preparadas para esta mudança de mentalidade, de modelo governativo, posicionando-se como modelos a adotar na sociedade – sistemas que cooperam internamente e externamente com outras entidades; gestão democrática, modelo inclusivo e participado de funcionamento e valores humanos centrais na sua ação.
Somos um exemplo de sobrevivência em funcionamento, fórmula ganhadora para contextos de baixos recursos, adaptados aos desafios e riscos que o futuro nos irá trazer. E Somos um modelo com mais cores, em que a diversidade faz parte do nosso DNA. Considerando a emergência climática, as guerras e a crescente falta de recursos decorrentes de modelo de sobrevivência do mais forte, promovidos pelo capitalismo selvagem e modelos sociais individualistas e consumistas, claramente Somos um modelo adaptado para sobreviver cooperando, com maior garantia de coesão social e com futuro.
Rosa Couto
Diretora Geral
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